Desculpa, Sagan, em fazer essa referência. Mas tá na minha cabeça isso desde uns dias pra cá.
Tudo que aconteceu na história que a gente conhece. Todos que a gente já ouviu falar. Todos crimes. Todos amores. Tudo. Naquele ponto ali.

Todo mundo conhece a história, mas ela encaixa naqueles discursos que soam tão bregas por serem tão óbvios e verdadeiros que, no fim, se torna uma obrigação a gente lembrar e lembrar e lembrar.
Pra mim, a dualidade do Pálido Ponto Azul é forte. Tantos e tantos problemas para serem resolvidos. Tantos erros cometidos e tantas chances de consertar ou dar a volta neles.
Mas o Pálido Ponto Azul parece voltar pra dar uma porrada: "ei, João, não é o maior problema do mundo não."
Hoje meu Pálido Ponto Azul foi alguém na vizinhança. Há alguns minutos gritando, de algum lugar que não consigo identificar, dores e dores. Psicológicas. Coisas como ele mesmo ser maluco, louco ou qualquer coisa que o valha. Repeditamente.
Acordei mal. Mal com os problemas que criei, que criaram e, que acima de tudo, preciso resolver. E me cobro para que os resolva.
O rapaz gritando impropérios na vizinhança não vai resolver meus problemas. Nem eu vou resolver os dele. Do que adianta eu pensar nos dele, nos meus e, de certa forma, comparar e tentar entender se preciso ou não sofrer? Quem deve ser parâmetro pra quem? Na irrelevância do Pálido Ponto Azul no meio do universo, por que eu preciso considerar tanto essas coisas?
Provavelmente não adianta nada.