Usa óculos? Comprou aquela lente com filtro para luz azul?
Então você talvez precise tirar sua carteirinha do Clube dos "Fui-enganado-por-um-produto-que-aparenta-ser-legal-e-oferece-uma-função-muito-boa-mas-foi-só-um-artifício-da-indústria-para-aumentar-venda-de-algo"

Pesquisadores da Universidade de Melbourne fizeram um grande apanhado de estudos sobre a efetividade da (agora famosa) lente que filtra o espectro da luz azul sob a justificativa de passarmos, atualmente, quase o tempo inteiro conectados a uma tela.
O resultado disse que não tem resultado. A maior parte dos estudos (que incluem metodologias variadas, com durações diversas e participantes diferentes) não tira uma conclusão benéfica sobre as tais lentes.
O estudo ainda lembra que o espectro de luz azul que nós recebemos das telas é somente um centésima parte do que a gente recebe de luzes da vida "real" e, além disso, as tais lentes, só filtra algo entre 10–25%, afinal, elas não podem aumentar esse nível sem prejudicar nossa percepção cromática.
Dessa forma, da próxima vez que te oferecerem uma lente que filtra essas luzes, pense se vale a pena.
Califórnia pede à Cruise para reduzir a frota de táxi autônomo
Nessa última semana, a autoridade que cuida de veículos automotores na Califórnia (DMV) pediu à Cruise, empresa de robotáxis do grupo General Motors, para reduzir sua frota de táxis autônomos. A motivação? Um não-avanço de sinal.
Explico: um veículo da empresa passou num sinal verde na última quinta à noite, mas não teve a capacidade de perceber a tempo que, ao seu encontro, vinha um caminhão dos bombeiros em rota para atender a uma emergência. Houve uma colisão que, além de deixar o passageiro do táxi ferido, atrapalhou a prestação de serviços essenciais pelos bombeiros.
Imediatamente, a autoridade de trânsito pediu para a GM remover metade da frota de robotáxis das ruas e o pedido foi atendido.
Não foi a primeira vez que a Cruise se envolveu em algo na cidade. Em junho deste ano, um dos carros ficou preso num cruzamento onde havia uma obra, o que fez até com que o polêmico Elon Musk "tirasse uma onda" com a empresa.

O caso vem com timing perfeito para aquecer a discussão dos carros autônomos. Uma outra comissão do estado da Califórnia havia acabado de aprovar a liberdade para Cruise e Waymo (empresa da Alphabet) atuarem sem restrições de horário.
A indústria alega que isso é extremamente importante para o desenvolvimento da tecnologia, só que é exatamente o oposto do que a opinião pública acredita em parte: para aumentar a capilaridade da tecnologia, a sociedade quer sentir uma tecnologia mais madura.
No fim, bom que a gente pode ir pensando no que fazer por aqui para quando essa tecnologia chegar.
Tema recorrente: liberdade na web
Acho que já já precisaremos estabelecer esse tema como tema fixo por aqui. Dessa vez, a Mozilla Foundation foi a responsável por iniciar uma petição online contra um projeto de lei que está rolando lá na França.
Basicamente, o franceses vão discutir uma proposta para bloquear sites no nível do Browser utilizado. A grande questão: a lista de sites que devem ser bloqueados será fornecida pelo governo.
Conhecendo a lógica proposta, fica bem fácil de reconhecer um perigo iminente caso essa lei seja posta em prática. A Mozilla Foundation argumenta que é um perigoso precedente que se abre:
Isso abriria um precedente perigoso, fornecendo um caminho para outros governos também transformarem navegadores como o Firefox em ferramentas de censura
Na Newsletter da semana passada, trouxemos a ação que a indústria adulta está promovendo contra o estado do Texas e a Mozilla traz o mesmo argumento: eles acreditam que existem ferramentas mais capazes para limitar conteúdos ofensivos, ilegais ou impróprios do que propriamente a censura e a proibição em nível de browser.
A briga continua e vamos ver se isso nos traz soluções mais ricas ou mais preguiçosas…