Sai da frente!
Há mais ou menos um ano, a NASA decidiu que iria arremessar uma espaçonave em um asteroide para testar o procedimento como uma forma eficaz para desviar grandes corpos celestes que eventualmente estivessem em rota de colisão com a Terra.
Quem assistiu a qualquer filme de ficção científica dos anos 90, sabe como esse problema permeou o imaginário popular na época. Mas, longe dos roteiros hollywoodianos, ele existe de verdade, uma vez que um asteroide nos encontrando no rolê aeroespacial poderia acabar com nossa aventura enquanto civilização num piscar de olhos.
O teste de jogar a nave no asteroide Dimorphos alterou ligeiramente o curso do mesmo, mas gerou outro problema: segundo um estudo liderado pelo astrônomo da UCLA David Lewitt, quase 40 pedaços de asteroide se soltaram do pai.
Isso é quase tão preocupante quanto o problema inicial. Segundo Lewitt, um detrito com seus 4,5 m encontrando um CEP aqui na Terra seria capaz de gerar tanta destruição quanto a bomba de Hiroshima.
Mas calma! A NASA escolheu o tal de Dimorphos pra fazer o teste porque ele está a uma distância bem tranquila do nosso planeta: lá pros 10 milhões de quilômetros (em efeitos práticos, é como sair de Candeias para Gravatá passando pela Abdias na semana santa).
De qualquer modo, é no mínimo engraçado pensar que, em vez de um, a gente poderia ter 40 problemas dessa magnitude para resolver.
Empresas de conteúdo adulto querem seu conteúdo consumido por não-adultos?
Há uns dois meses eu tinha trazido aqui um texto meu sobre a liberdade online de nossos jovens e como isso é um tema que precisa ser debatido (link aqui: https://joaolima1.medium.com/liberdade-online-pode-tornar-nossos-filhos-uma-gera%C3%A7%C3%A3o-mais-doente-3a43e0d953bd)
Nessa linha de pensamento, o estado americano do Texas aprovou uma lei que restringe o acesso a sites adultos. Na prática, essa lei só obriga os sites a exibir um aviso em fonte 14 antes da verificação se é ou não adulto.
Contudo, um grupo de empresas que conta com o site PornHub entre eles, bateu o pé e foi à justiça contra a decisão.
Para eles, existem meios muito mais eficientes para controlar o acesso à pornografia por menores e, na verdade, o estado só está fazendo uso de uma lei para divulgar seu viés ideólogico.
No fim das contas, parece que cada um dos lados tem um ponto: óbvio que precisamos controlar o que as crianças consomem (e o que produzem também, em outros casos), mas um simples aviso parece bem simples para realizar essa tarefa. Já do lado das empresas, se existem tantas ferramentas disponíveis para esse controle, por que eles mesmos não auxiliam a tornar esse ambiente um pouco mais seguro?
A ver o que será da eterna quebra de braço entre público e privado nessa nova empreitada.
ChinAi?
A China pode ter começado a sofrer com limitação de infraestrutura para treinamento de inteligência artificial. Segundo report do grupo Alibaba, eles não foram capazes de suprir boa parte dos pedidos de clientes para treinamento de inteligências em nuvem.
Vale lembrar que os Estados Unidos, nessa guerra para prolongar a sua posição de potência mais dominante, proibiu que o país comprasse os chips mais avançados da Nvidia, numa tentativa de gargalar o desenvolvimento e produção em escala de grandes ferramentas generativas na potência asiática.
Depois de termos enfrentado uma grande escassez de recursos por causa da grande necessidade de processamento de GPU para mineração de criptoativos, a onda agora parece que pivotou para o desenvolvimento de novas inteligências artificiais. Empresas como Nvidia, AMD e até a Apple já trabalham em processadores que oferecem tudo numa solução só (https://www.nvidia.com/en-us/data-center/grace-cpu/), facilitando o uso, diminuindo o investimento e possibilitando a escalabilidade.
Como será que a China vai contornar o boicote nesse tema tão crucial (e na moda) para estabelecer as bases de crescimento da próxima década?
Para que diminuir se eu posso… varre pra debaixo do tapete?
Pra finalizar, queria deixar que os Estados Unidos vão sugar o ar pra diminuir o efeito estufa.
Sim! Fantástico, né? Em vez da gente se preocupar com a emissão, nossos amigos estadunidenses irão financiar dois projetos pilotos que irão testar uma tecnologia chamada “Direct Air Capture.”
A ideia é exatamente o que a gente imagina: sugar o ar e tirar o carbono que tá na atmosfera há um tempão fazendo com que a gente simplesmente não consiga parar de derreter mais.
É óbvio que um monte de empresa que vive de petróleo e gás tá envolvido nisso e a ideia é que isso não permita a diminuição de consumo desses maravilhosos derivados dos salve a gente do apocalipse.
E por hoje é só :)
Fontes:
https://newsroom.ucla.edu/releases/planetary-defense-nasa-dart-mission-asteroid
https://www.theguardian.com/science/2022/oct/11/nasa-dart-spacecraft-asteroid-successful
https://www.vice.com/en/article/pkazpy/pornhub-sues-texas-over-age-verification-law
https://www.nytimes.com/2023/08/11/climate/carbon-dioxide-direct-capture.html
